No creas que porque yo canto, Llorona, tengo el corazón alegre
También de dolor se canta, Llorona, cuando llorar ya no se puede
terça-feira, 23 de novembro de 2021
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021
Samir anda se sentindo exausto. Não apenas fisicamente, mas principalmente de espírito.
Pelas vielas da medina Samir diz baixinho a si mesmo:
"Sorria. Diga que está tudo bem. Assim mesmo. Não se preocupem comigo."
Ele sabe que, no fundo, ninguém quer saber como ele realmente se sente. Sua angústia, sua dor, são só um incômodo para quem ouve suas queixas.
Allah o livre de ser um estorvo para o mundo.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021
sábado, 23 de janeiro de 2021
sexta-feira, 8 de janeiro de 2021
quinta-feira, 7 de janeiro de 2021
quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
segunda-feira, 30 de novembro de 2020
Escute, garota, o vento canta uma canção
Dessas que a gente nunca canta sem razão.
Me diga, garota, será a estrada uma prisão?
Eu acho que sim, você finge que não.
Mas nem por isso ficaremos parados
Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão.
Tudo bem, garota, não adianta mesmo ser livre
Se tanta gente vive sem ter como viver.
Dessas que a gente nunca canta sem razão.
Me diga, garota, será a estrada uma prisão?
Eu acho que sim, você finge que não.
Mas nem por isso ficaremos parados
Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão.
Tudo bem, garota, não adianta mesmo ser livre
Se tanta gente vive sem ter como viver.
domingo, 29 de novembro de 2020
quarta-feira, 25 de novembro de 2020
E Clarisse está trancada no banheiro
E faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete
Deitada no canto, seus tornozelos sangram
E a dor é menor do que parece.
Quando ela se corta ela se esquece
Que é impossível ter da vida calma e força,
Viver em dor, o que ninguém entende,
Tentar ser forte a todo e cada amanhecer...
E faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete
Deitada no canto, seus tornozelos sangram
E a dor é menor do que parece.
Quando ela se corta ela se esquece
Que é impossível ter da vida calma e força,
Viver em dor, o que ninguém entende,
Tentar ser forte a todo e cada amanhecer...
sexta-feira, 2 de outubro de 2020
sexta-feira, 25 de setembro de 2020
terça-feira, 15 de setembro de 2020
terça-feira, 4 de agosto de 2020
quarta-feira, 29 de julho de 2020
Disseste que, se tua voz
Tivesse força igual
À imensa dor que sentes,
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira.
E há tempos
Nem os santos têm ao certo
A medida da maldade,
E há tempos são os jovens
Que adoecem,
E há tempos
O encanto está ausente
E há ferrugem nos sorrisos,
E só o acaso estende os braços
A quem procura
Abrigo e proteção.
Tivesse força igual
À imensa dor que sentes,
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira.
E há tempos
Nem os santos têm ao certo
A medida da maldade,
E há tempos são os jovens
Que adoecem,
E há tempos
O encanto está ausente
E há ferrugem nos sorrisos,
E só o acaso estende os braços
A quem procura
Abrigo e proteção.
quinta-feira, 9 de janeiro de 2020
domingo, 29 de dezembro de 2019
sexta-feira, 27 de dezembro de 2019
Samir não vive. Samir arrasta-se pela vida.
Desde que se fez adulto, após a época colegial, Samir sente que a vida ficou estranha. Ele sente que só teve empregos ruins, que só ganhou salários ruins, que só morou em casas ruins, em cidades ruins. E, ainda por cima, carrega a culpa de sentir que sua vida não é pior do que a da maioria das pessoas. Talvez seja até melhor.
Então, o que é essa insatisfação que não cessa? Fraqueza perante as vicissitudes da vida? "Sim... deve ser isso" - ele pensa frequentemente - "sou tão fraco... tão ridículo..."
Decepção é a palavra que define sua vida.
Desde que se fez adulto, após a época colegial, Samir sente que a vida ficou estranha. Ele sente que só teve empregos ruins, que só ganhou salários ruins, que só morou em casas ruins, em cidades ruins. E, ainda por cima, carrega a culpa de sentir que sua vida não é pior do que a da maioria das pessoas. Talvez seja até melhor.
Então, o que é essa insatisfação que não cessa? Fraqueza perante as vicissitudes da vida? "Sim... deve ser isso" - ele pensa frequentemente - "sou tão fraco... tão ridículo..."
Decepção é a palavra que define sua vida.
terça-feira, 24 de dezembro de 2019
Agora há pouco estive lendo sobre a polêmica existente em alguns países ocidentais sobre o uso das expressões de felicitações típicas desta época.
Basicamente, trata-se da substituição de expressões que fazem menção ao Natal - uma festa essencialmente religiosa - por outra mais "neutra" ideologicamente, com a intenção de adequar o cumprimento ao pensamento "politicamente correto".
Assim, Feliz Natal é por vezes substituído por Boas Festas, Feliz Navidad por Felices Fiestas, Merry Christmas por Happy Holidays, etc.
Tenho duas impressões sobre o assunto:
Primeira: parece que hoje em dia tudo é combustível para polêmicas.
Segunda: desejar a alguém uma feliz passagem por um feriado religioso não me parece ofensivo. E digo isso como um não cristão.
E se alguém alegar que se trata de uma questão de respeito com os não cristãos, é preciso lembrar que sem essa celebração não haveria o feriado e tampouco as tais Festas.
Basicamente, trata-se da substituição de expressões que fazem menção ao Natal - uma festa essencialmente religiosa - por outra mais "neutra" ideologicamente, com a intenção de adequar o cumprimento ao pensamento "politicamente correto".
Assim, Feliz Natal é por vezes substituído por Boas Festas, Feliz Navidad por Felices Fiestas, Merry Christmas por Happy Holidays, etc.
Tenho duas impressões sobre o assunto:
Primeira: parece que hoje em dia tudo é combustível para polêmicas.
Segunda: desejar a alguém uma feliz passagem por um feriado religioso não me parece ofensivo. E digo isso como um não cristão.
E se alguém alegar que se trata de uma questão de respeito com os não cristãos, é preciso lembrar que sem essa celebração não haveria o feriado e tampouco as tais Festas.
Agora, após algumas décadas, agradeço à Vida por nunca ter pegado leve comigo, porque assim me dispensou da obrigação de pegar leve com ela.
Só agora percebo a dádiva de uma existência desprovida da gentileza da Vida, essa senhora tão grosseira, amarga e infame, que se deleita em arrastar-nos à miséria em todas as suas versões.
Só agora percebo a dádiva de uma existência desprovida da gentileza da Vida, essa senhora tão grosseira, amarga e infame, que se deleita em arrastar-nos à miséria em todas as suas versões.
quarta-feira, 11 de dezembro de 2019
Quando o apito da fábrica de tecidos
Vem ferir os meus ouvidos
Eu me lembro de você;
Mas você anda
Sem dúvida bem zangada
E está interessada
Em fingir que não me vê.
Você que atende ao apito
De uma chaminé de barro,
Por que não atende ao grito tão aflito
Da buzina do meu carro?
Você no inverno
Sem meias vai pro trabalho,
Não faz fé com agasalho,
Nem no frio você crê.
Mas você é mesmo
Artigo que não se imita;
Quando a fábrica apita
Faz reclame de você.
Sou do sereno
Poeta muito soturno,
Vou virar guarda noturno
E você sabe por quê.
Mas você não sabe
Que enquanto você faz pano
Faço junto do piano
Estes versos pra você.
Nos meus olhos você vê
Que eu sofro cruelmente
Com ciúmes do gerente impertinente
Que dá ordens a você.
Três Apitos, de Noel Rosa.
Aos 109 anos de nascimento do Poeta da Vila Isabel.
terça-feira, 3 de dezembro de 2019
quarta-feira, 13 de novembro de 2019
Em 1950, cinco anos após a criação das Nações Unidas, a população mundial era estimada em cerca de 2,6 bilhões de pessoas. De acordo com estimativas da ONU, a população mundial chegou a 5 bilhões em 11 de julho de 1987, e atingiu a marca de 6 bilhões de pessoas em 12 de outubro de 1999. Agora, 10 anos depois, ela é estimada em aproximadamente 7 bilhões.
Fonte: https://nacoesunidas.org/acao/populacao-mundial/
Fonte: https://www.un.org/en/sections/issues-depth/population/index.html
O texto acima foi divulgado pela ONU em 2009.
Neste momento, a população humana mundial é estimada em 7.743.575.778 indivíduos.
Fonte: https://www.worldometers.info/br/
Não há uma solução pacífica para o problema da superpopulação humana na Terra que não passe pelo controle compulsório da natalidade.
Infelizmente, em um mundo governado por políticos e não por cientistas, essa medida só será adotada quando os estragos forem enormes e irreversíveis.
Quando falo em estragos, não me refiro apenas aos prejuízos para a humanidade. Nós não somos donos da Terra; apenas vivemos aqui, como muitas outras espécies de seres vivos que se mantêm em equilíbrio mas estão pagando pelo nosso descontrole populacional.
Ainda, quando falo na necessidade de um controle compulsório da natalidade, não estou sugerindo medidas antiéticas como o aborto, nem mesmo a esterilização involuntária. Apenas sou a favor da implantação de uma política global do filho único: cada mulher só poderia ter um filho; o descumprimento desta norma levaria a multas progressivas e até à imposição da pena de trabalhos comunitários (as penalidades, obviamente, atingiriam ambos os genitores).
A medida poderia ser relaxada (com a possibilidade de dois filhos por mulher, e até mais) após algumas gerações, quando a população diminuísse suficientemente (para um bilhão de indivíduos, ou meio bilhão, etc.), de acordo com uma meta internacional.
Fonte: https://nacoesunidas.org/acao/populacao-mundial/
Fonte: https://www.un.org/en/sections/issues-depth/population/index.html
O texto acima foi divulgado pela ONU em 2009.
Neste momento, a população humana mundial é estimada em 7.743.575.778 indivíduos.
Fonte: https://www.worldometers.info/br/
Não há uma solução pacífica para o problema da superpopulação humana na Terra que não passe pelo controle compulsório da natalidade.
Infelizmente, em um mundo governado por políticos e não por cientistas, essa medida só será adotada quando os estragos forem enormes e irreversíveis.
Quando falo em estragos, não me refiro apenas aos prejuízos para a humanidade. Nós não somos donos da Terra; apenas vivemos aqui, como muitas outras espécies de seres vivos que se mantêm em equilíbrio mas estão pagando pelo nosso descontrole populacional.
Ainda, quando falo na necessidade de um controle compulsório da natalidade, não estou sugerindo medidas antiéticas como o aborto, nem mesmo a esterilização involuntária. Apenas sou a favor da implantação de uma política global do filho único: cada mulher só poderia ter um filho; o descumprimento desta norma levaria a multas progressivas e até à imposição da pena de trabalhos comunitários (as penalidades, obviamente, atingiriam ambos os genitores).
A medida poderia ser relaxada (com a possibilidade de dois filhos por mulher, e até mais) após algumas gerações, quando a população diminuísse suficientemente (para um bilhão de indivíduos, ou meio bilhão, etc.), de acordo com uma meta internacional.
domingo, 20 de outubro de 2019
Um antropólogo propôs uma brincadeira para algumas crianças de uma tribo africana.
Colocou um cesto de frutas perto de uma árvore e falou que quem chegasse primeiro ficaria com elas. Quando ele deu o sinal, todas as crianças deram as mãos e correram juntas. Chegando ao cesto elas sentaram e compartilharam as frutas entre si.
Quando ele lhes perguntou por que quiseram correr todas juntas quando uma apenas poderia vencer e ficar com todo o prêmio, elas responderam:
- Ubuntu, tio. Como um de nós poderia ficar feliz se todos os outros estivessem tristes?
"Ubuntu" é uma palavra das línguas zulu e xhosa que representa um conceito filosófico que simboliza uma consciência profunda de coletividade, de respeito aos outros membros da comunidade; é o antônimo de egoísmo, de egocentrismo.
Colocou um cesto de frutas perto de uma árvore e falou que quem chegasse primeiro ficaria com elas. Quando ele deu o sinal, todas as crianças deram as mãos e correram juntas. Chegando ao cesto elas sentaram e compartilharam as frutas entre si.
Quando ele lhes perguntou por que quiseram correr todas juntas quando uma apenas poderia vencer e ficar com todo o prêmio, elas responderam:
- Ubuntu, tio. Como um de nós poderia ficar feliz se todos os outros estivessem tristes?
"Ubuntu" é uma palavra das línguas zulu e xhosa que representa um conceito filosófico que simboliza uma consciência profunda de coletividade, de respeito aos outros membros da comunidade; é o antônimo de egoísmo, de egocentrismo.
terça-feira, 15 de outubro de 2019
Samir foi criado nas crenças de seus pais e avós; a descrença ele adquiriu quando adulto.
Certa manhã, na casa de chá da medina, Samir viu entrar Khalil Al Naim, o Budista. Como costumava acontecer, um ou dois frequentadores lançaram um olhar de reprovação contra Khalil, que se sentou na mesa ao lado e pediu um chá gelado. Os homens não demoraram a se levantar e deixar a casa.
Quem não conhecia Khalil pensaria tratar-se de outro homem muçulmano qualquer, com roupas comuns, barba crescida e cabelos medianos. Mas na comunidade ele era conhecido como "o apóstata Khalil, adorador do deus Buddha".
Depois de alguns minutos ele percebeu que Samir, sentado à uma mesa próxima, o olhava meio incomodado.
- O que foi, homem? Se quer falar algo, fale! - disse Khalil.
- Não... Desculpe, Khalil. Eu só estava pensando por que às vezes quando você vem aqui, ou quando anda pela medina, alguém o destrata e mesmo assim você se mantém calmo, até sorrindo. Você nunca se irrita com a forma como os outros tratam você?
- Samir, não existem os outros.
Certa manhã, na casa de chá da medina, Samir viu entrar Khalil Al Naim, o Budista. Como costumava acontecer, um ou dois frequentadores lançaram um olhar de reprovação contra Khalil, que se sentou na mesa ao lado e pediu um chá gelado. Os homens não demoraram a se levantar e deixar a casa.
Quem não conhecia Khalil pensaria tratar-se de outro homem muçulmano qualquer, com roupas comuns, barba crescida e cabelos medianos. Mas na comunidade ele era conhecido como "o apóstata Khalil, adorador do deus Buddha".
Depois de alguns minutos ele percebeu que Samir, sentado à uma mesa próxima, o olhava meio incomodado.
- O que foi, homem? Se quer falar algo, fale! - disse Khalil.
- Não... Desculpe, Khalil. Eu só estava pensando por que às vezes quando você vem aqui, ou quando anda pela medina, alguém o destrata e mesmo assim você se mantém calmo, até sorrindo. Você nunca se irrita com a forma como os outros tratam você?
- Samir, não existem os outros.
quarta-feira, 9 de outubro de 2019
terça-feira, 24 de setembro de 2019
quinta-feira, 19 de setembro de 2019
sábado, 7 de setembro de 2019
domingo, 1 de setembro de 2019
quinta-feira, 11 de julho de 2019
quarta-feira, 10 de julho de 2019
segunda-feira, 20 de maio de 2019
terça-feira, 16 de abril de 2019
terça-feira, 9 de abril de 2019
Samir tem o defeito - ou a qualidade - de sempre falar a verdade.
Num dia desses, não faz muito tempo, Samir conversava na casa de chá com o Sheik, quando este lhe disse:
- Meu filho, você deveria ser mais agradecido pelas coisas que Allah lhe deu.
- Meu Sheik - respondeu Samir -, não se trata do que Allah me deu, mas do que ele ainda não me tirou...
Num dia desses, não faz muito tempo, Samir conversava na casa de chá com o Sheik, quando este lhe disse:
- Meu filho, você deveria ser mais agradecido pelas coisas que Allah lhe deu.
- Meu Sheik - respondeu Samir -, não se trata do que Allah me deu, mas do que ele ainda não me tirou...
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019
terça-feira, 12 de fevereiro de 2019
sexta-feira, 25 de janeiro de 2019
terça-feira, 25 de dezembro de 2018
Em 22/12/2018 o vulcão Anak Krakatoa (ou Anak Krakatau), na Indonésia, que é a versão ressuscitada do mesmo Krakatoa que sofreu uma erupção colossal em 1883, e uma erupção titânica em 535, que teve consequências em todo o planeta, entrou novamente em erupção, causando um tsunami que causou a morte de centenas ou milhares de pessoas.
Ele já vinha apresentando atividade pelo menos desde outubro deste ano.
Então por que o governo indonésio não evacuou a população das ilhas do entorno? Segundo a autoridade responsável, porque não houve terremotos precedendo o tsunami.
Ou seja, esperaram o pior acontecer para depois tomar providências.
Um péssimo hábito.
sexta-feira, 7 de setembro de 2018
quinta-feira, 12 de julho de 2018
Samir não gosta de acordar cedo. Desde quando se lembra, sempre foi uma pessoa noturna.
Samir me contou que, nos últimos tempos, tem tido cada vez mais dificuldade para levantar da cama, seja para trabalhar ou nos dias de folga.
Não é um problema físico. Mas a sensação que ele tem é de que precisa se convencer a começar o dia. Todos os dias.
Cada vez está mais difícil para Samir encontrar argumentos para si mesmo.
Samir me contou que, nos últimos tempos, tem tido cada vez mais dificuldade para levantar da cama, seja para trabalhar ou nos dias de folga.
Não é um problema físico. Mas a sensação que ele tem é de que precisa se convencer a começar o dia. Todos os dias.
Cada vez está mais difícil para Samir encontrar argumentos para si mesmo.
quarta-feira, 4 de julho de 2018
domingo, 1 de julho de 2018
Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto!...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
terça-feira, 26 de junho de 2018
Samir não é muito afeito a práticas desportivas, ou a qualquer forma de atividade física. Mas ele gosta de olhar longamente o mar, o deserto, a mata, as tamareiras que acompanham a estrada que leva às colinas.
Certo dia (não faz muito tempo), ele decidiu explorar sozinho as ruínas do velho monastério que fica além do rio seco. É um lugar distante, esquecido, calcinado pelo sol, outrora habitado por monges dos tempos do Profeta.
Em uma câmara, provavelmente uma cela, encontrou algo. Em um buraco da parede escavada na rocha, bem ao nível do piso, coberto de areia alaranjada, havia um antigo caderno enrolado em uma capa de couro. Suas páginas estavam escritas em um árabe antigo. Samir, percorrendo as letras bem desenhadas na primeira folha, sentiu um arrepio que o fez perder o chão:
Quatro passos para resolver sua vida:
1. Pare de reclamar.
2. Pense no que você deve fazer — seja realista.
3. Faça — sem desculpas.
4. Faça agora!
Samir me disse que deixou o caderno lá, no mesmo buraco, com a mesma areia por cima, para que daqui a alguns séculos outra pessoa volte a encontrá-lo, se ele assim o quiser.
Certo dia (não faz muito tempo), ele decidiu explorar sozinho as ruínas do velho monastério que fica além do rio seco. É um lugar distante, esquecido, calcinado pelo sol, outrora habitado por monges dos tempos do Profeta.
Em uma câmara, provavelmente uma cela, encontrou algo. Em um buraco da parede escavada na rocha, bem ao nível do piso, coberto de areia alaranjada, havia um antigo caderno enrolado em uma capa de couro. Suas páginas estavam escritas em um árabe antigo. Samir, percorrendo as letras bem desenhadas na primeira folha, sentiu um arrepio que o fez perder o chão:
Quatro passos para resolver sua vida:
1. Pare de reclamar.
2. Pense no que você deve fazer — seja realista.
3. Faça — sem desculpas.
4. Faça agora!
Samir me disse que deixou o caderno lá, no mesmo buraco, com a mesma areia por cima, para que daqui a alguns séculos outra pessoa volte a encontrá-lo, se ele assim o quiser.
quarta-feira, 30 de maio de 2018
terça-feira, 29 de maio de 2018
quarta-feira, 2 de maio de 2018
sábado, 28 de abril de 2018
domingo, 22 de abril de 2018
(...)
Creio, Senhor, que com estes dois degredados ficam mais dois grumetes, que esta noite se saíram desta nau no esquife, fugidos para terra. Não vieram mais. E cremos que ficarão aqui, porque de manhã, prazendo a Deus, fazemos daqui nossa partida.
Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o sul vimos até à outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, nalgumas partes, grandes barreiras, delas vermelhas, delas brancas; e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta, é toda praia parma, muito chã e muito formosa.
Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa.
Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados como os de Entre Douro e Minho, porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá.
Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem.
Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.
E que aí não houvesse mais que ter aqui esta pousada para esta navegação de Calecute, bastaria. Quando mais disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa santa fé.
E nesta maneira, Senhor, dou aqui a Vossa Alteza do que nesta vossa terra vi. E, se algum pouco me alonguei, Ela me perdoe, que o desejo que tinha, de Vos tudo dizer, mo fez assim pôr pelo miúdo.
E pois que, Senhor, é certo que, assim neste cargo que levo, como em outra qualquer coisa que de vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servida, a Ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro – o que d'Ela receberei em muita mercê.
Beijo as mãos de Vossa Alteza.
Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.
Pero Vaz de Caminha
sábado, 31 de março de 2018
— Samir, venha cá um pouco — chamou através da porta da casa de chá o Imam. — O que o aflige, meu filho?
— O trabalho, a falta de dinheiro, a política...
— Ora! Mas você só vê as coisas negativas da vida? Allah, louvado seja seu nome, deu-lhe as coisas ruins, mas também as coisas boas. Não vale a pena se mortificar por tudo, Samir. A vida é boa, a vida é o presente do Criador para você.
— O que nos mata pouco a pouco, meu caro Sheik, é a vida.
— O trabalho, a falta de dinheiro, a política...
— Ora! Mas você só vê as coisas negativas da vida? Allah, louvado seja seu nome, deu-lhe as coisas ruins, mas também as coisas boas. Não vale a pena se mortificar por tudo, Samir. A vida é boa, a vida é o presente do Criador para você.
— O que nos mata pouco a pouco, meu caro Sheik, é a vida.
domingo, 18 de março de 2018
terça-feira, 13 de março de 2018
Samir aprendeu, com o passar dos anos, a sobreviver ao convívio social. Mas, às vezes, ele sente que isso não é suficiente.
Um dia desses, Samir foi visitar seu primo Rashid. Rashid tem uma banca no mercado da medina.
Como a esposa de Rashid mandou chamá-lo para atender a alguma urgência em casa, Samir ficou tomando conta da banca.
Foi então que Samir percebeu que estava como um náufrago, boiando em um oceano de gente, gente que falava, berrava, espirrava, tossia, cuspia, se esbarrava pelos becos do mercado, gente que brigava por alguma barganha difícil em uma banca próxima...
Quando voltou para casa, como um náufrago que é jogado na praia pelas ondas, Samir estava esgotado.
Um dia desses, Samir foi visitar seu primo Rashid. Rashid tem uma banca no mercado da medina.
Como a esposa de Rashid mandou chamá-lo para atender a alguma urgência em casa, Samir ficou tomando conta da banca.
Foi então que Samir percebeu que estava como um náufrago, boiando em um oceano de gente, gente que falava, berrava, espirrava, tossia, cuspia, se esbarrava pelos becos do mercado, gente que brigava por alguma barganha difícil em uma banca próxima...
Quando voltou para casa, como um náufrago que é jogado na praia pelas ondas, Samir estava esgotado.
terça-feira, 6 de março de 2018
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018
Não sou ateu. Sou um cientificista. Acredito que a Ciência é o melhor meio para se desvendar os mistérios do Universo e acredito que a Natureza é a grande inteligência por trás da arquitetura universal. Nesse contexto, não é exagero pensar na Ciência como uma religião e na Natureza como sua divindade.
segunda-feira, 1 de janeiro de 2018
Esta é uma era em que a mídia (sob as ordens de alguém que certamente está lucrando com isso) maldosamente tem levado a sociedade a confundir libertinagem com liberdade, permissividade com tolerância, perversão com livre expressão do pensamento.
A grande massa mostra-se incapaz de discernir o certo do errado, sendo influenciada passivamente, como de costume.
Quisera eu ter a esperança de ver neste novo ano uma mudança nesse processo de imoralização de nosso povo...
A grande massa mostra-se incapaz de discernir o certo do errado, sendo influenciada passivamente, como de costume.
Quisera eu ter a esperança de ver neste novo ano uma mudança nesse processo de imoralização de nosso povo...
quarta-feira, 15 de novembro de 2017
A República, considerando-a como o regime político em que o povo se faz representar por administradores executivos temporários, é uma solução interessante para nações politicamente evoluídas.
Não é o caso do Brasil.
No Brasil, a mentalidade egoísta e corrupta de seu povo (generalizando) faz com que os governantes não tenham o necessário nível de comprometimento com a coletividade para que o regime funcione.
Se um governante tem acesso ao topo do poder político e sabe que ficará lá apenas por oito anos (que é o que, na prática, dura o mandato presidencial nesse país), é compreensível que, nessa realidade de corrupção e egoísmo, ele explore todos os meios de enriquecimento que estejam a seu dispor.
Porém, em uma Monarquia, o governante é treinado desde a sua infância para governar. Ele recebe uma instrução voltada para a compreensão sistêmica de sua nação. Mais tarde, ele governará com a tranquilidade de quem não precisará tomar medidas populistas para se reeleger; além disso, ele terá a consciência de que deixará para seu descendente todos os problemas que causar ou que não conseguir resolver em sua gestão.
A experiência republicana brasileira, que começou com uma boa intenção, mostrou-se fracassada nos últimos cento e vinte e oito anos.
Creio que a República chegou cedo demais ao Brasil.
Não é o caso do Brasil.
No Brasil, a mentalidade egoísta e corrupta de seu povo (generalizando) faz com que os governantes não tenham o necessário nível de comprometimento com a coletividade para que o regime funcione.
Se um governante tem acesso ao topo do poder político e sabe que ficará lá apenas por oito anos (que é o que, na prática, dura o mandato presidencial nesse país), é compreensível que, nessa realidade de corrupção e egoísmo, ele explore todos os meios de enriquecimento que estejam a seu dispor.
Porém, em uma Monarquia, o governante é treinado desde a sua infância para governar. Ele recebe uma instrução voltada para a compreensão sistêmica de sua nação. Mais tarde, ele governará com a tranquilidade de quem não precisará tomar medidas populistas para se reeleger; além disso, ele terá a consciência de que deixará para seu descendente todos os problemas que causar ou que não conseguir resolver em sua gestão.
A experiência republicana brasileira, que começou com uma boa intenção, mostrou-se fracassada nos últimos cento e vinte e oito anos.
Creio que a República chegou cedo demais ao Brasil.
terça-feira, 7 de novembro de 2017
domingo, 22 de outubro de 2017
Eis algumas verdades simples que a experiência de vida ensina:
A vida é sofrimento.
Temos momentos de felicidade na vida, mas a essência da vida é o sofrimento.
Veja as pessoas à sua volta na rua, no ônibus, em lugares públicos. Quantas estão sorrindo? Quantas não estão?
Deus não existe. Deuses não existem.
A humanidade tem a necessidade antiga de sentir que alguém ou algo sobrenatural está lá, se preocupando com as pessoas, com interesse e plenos poderes para premiar as boas atitudes e proteger os merecedores.
Mas, todos os dias, pessoas honestas, religiosas e atéias, acordam, vão trabalhar, pagam suas contas (ou ficam devendo quando o dinheiro falta), sofrem os dissabores da vida e terão o mesmo fim.
Então, qual é a diferença?
Poucas pessoas em sua vida se preocuparão com você.
Por isso mesmo, elas devem ser valorizadas.
A maioria das pessoas não liga para o que acontece com você. E mesmo as pessoas que o amam não terão você como principal preocupação o tempo todo.
A vida é sofrimento.
Temos momentos de felicidade na vida, mas a essência da vida é o sofrimento.
Veja as pessoas à sua volta na rua, no ônibus, em lugares públicos. Quantas estão sorrindo? Quantas não estão?
Deus não existe. Deuses não existem.
A humanidade tem a necessidade antiga de sentir que alguém ou algo sobrenatural está lá, se preocupando com as pessoas, com interesse e plenos poderes para premiar as boas atitudes e proteger os merecedores.
Mas, todos os dias, pessoas honestas, religiosas e atéias, acordam, vão trabalhar, pagam suas contas (ou ficam devendo quando o dinheiro falta), sofrem os dissabores da vida e terão o mesmo fim.
Então, qual é a diferença?
Poucas pessoas em sua vida se preocuparão com você.
Por isso mesmo, elas devem ser valorizadas.
A maioria das pessoas não liga para o que acontece com você. E mesmo as pessoas que o amam não terão você como principal preocupação o tempo todo.
sexta-feira, 22 de setembro de 2017
quarta-feira, 13 de setembro de 2017
Tudo que ele deixou foi uma carta de amor
Pra uma apresentadora de programa infantil.
Nela, ele dizia que já não era criança
E que a esperança também dança como monstros de um filme japonês.
Tudo que ele tinha era uma foto desbotada
Recortada de revista especializada em vida de artista.
Tudo que ele queria era encontrá-la um dia:
Todo suicida acredita na vida depois da morte.
Tudo que ele tinha cabia no bolso da jaqueta;
A vida, quando acaba, cabe em qualquer lugar.
E a violência travestida faz seu trottoir.
Pra uma apresentadora de programa infantil.
Nela, ele dizia que já não era criança
E que a esperança também dança como monstros de um filme japonês.
Tudo que ele tinha era uma foto desbotada
Recortada de revista especializada em vida de artista.
Tudo que ele queria era encontrá-la um dia:
Todo suicida acredita na vida depois da morte.
Tudo que ele tinha cabia no bolso da jaqueta;
A vida, quando acaba, cabe em qualquer lugar.
E a violência travestida faz seu trottoir.
sexta-feira, 1 de setembro de 2017
sexta-feira, 25 de agosto de 2017
terça-feira, 25 de julho de 2017
quarta-feira, 19 de julho de 2017
sexta-feira, 16 de junho de 2017
Samir nunca foi um homem muito motivado. Ele sabe que por isso, embora tenha sobrevivido esses anos todos com trabalho honesto, nunca saiu de uma vida rasa, sem conforto.
Já faz algum tempo, creio que foi antes da última Peregrinação, Samir caminhava por uma viela, dessas estreitas e poeirentas. Ia com a cabeça cheia de problemas e a boca cheia de resmungos quando um velho, sentado à sarjeta, lhe disse:
- A vida é dura, não é? É difícil... Não! A vida é fácil! É você que é um fraco, Samir!
E desapareceu.
Dizem que as vielas andam abarrotadas de gênios.
Já faz algum tempo, creio que foi antes da última Peregrinação, Samir caminhava por uma viela, dessas estreitas e poeirentas. Ia com a cabeça cheia de problemas e a boca cheia de resmungos quando um velho, sentado à sarjeta, lhe disse:
- A vida é dura, não é? É difícil... Não! A vida é fácil! É você que é um fraco, Samir!
E desapareceu.
Dizem que as vielas andam abarrotadas de gênios.
segunda-feira, 12 de junho de 2017
quinta-feira, 4 de maio de 2017
segunda-feira, 24 de abril de 2017
sexta-feira, 17 de março de 2017
segunda-feira, 6 de março de 2017
quarta-feira, 1 de março de 2017
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017
Minha opinião não está baseada em regras religiosas ou no famoso "politicamente correto ou incorreto". Essas são minhas convicções éticas, apenas.
É um sofrimento para uma mulher que foi estuprada carregar o filho do estuprador, e depois criá-lo. Concordo.
Mas percebo que os pró-aborto focam nas necessidades das mulheres, apenas. E onde ficam as necessidades das crianças?
Crianças, sim. Não importa se em fase intrauterina ou extrauterina. Um espermatozoide é uma célula (um gameta, com meio genótipo). Um óvulo, também. Porém, juntos, formam um ser vivo, uma pessoa, um ser humano.
Existem as mães que abortam porque engravidaram de um estupro.
Existem aquelas que abortam por pura CONVENIÊNCIA; sendo casadas ou solteiras, sabem que a maternidade naquele momento atrapalhará sua vida profissional e/ou pessoal.
Em nenhum caso, contudo, a "culpa" é da criança que foi gerada. É monstruoso matar uma criança por ser um incômodo para a mãe, ou para ambos os pais. Coloco ênfase na mãe porque, na maioria dos casos de aborto voluntário, a palavra final é dela.
Não é decente desconsiderar o sofrimento de alguém que engravidou sem desejar (por violência ou por irresponsabilidade). Mas é muito mais indecente negar o direito mais básico de qualquer pessoa (até de criminosos hediondos), que é a vida, a uma criança, a um feto, a um embrião, a um zigoto: enfim, a um ser que é como TODOS NÓS um dia fomos.
Além do mais, a legislação nacional, muito sabiamente, permite que uma mãe que não queira criar seu filho possa entregá-lo à adoção (art. 13, § 1º, do Estatuto da Criança e do Adolescente), o que certamente é uma opção muito melhor do que a morte. Veja aqui.
Para quem alegar que eu sou contra o aborto porque não sou mulher, digo isso: sou homem, e sou marido, sou pai, sou filho. Conheço a importância da paternidade e da maternidade responsáveis; conheço o valor da vida. Sei que fazer um filho é fácil. Gerá-lo, não. Educá-lo, também não. Ser mãe ou pai não é para qualquer um (penso até que deveria haver um curso de habilitação para isso). "Interromper a gravidez" (um eufemismo que significa matar um zigoto/embrião/feto com substâncias tóxicas ou despedaçando-o através de intervenção mecânica) muitas vezes é a opção mais fácil, que evita despesas, vergonha, inconvenientes familiares, etc. Mas as opções mais fáceis costumam ser as mais erradas. É difícil agir de maneira correta, mas é indispensável para quem quer se considerar honrado.
Penso que nenhuma mãe de defensor do aborto era pró-aborto, ou essa discussão teria acabado antes mesmo de começar.
É tempo de a humanidade parar com os discursos liberais ou neoliberais e começar a respeitar a vida. É tempo de se iniciar, também, um controle de natalidade ético, sem assassinatos de nascituros, com medidas PREVENTIVAS por parte de homens e mulheres (já tão conhecidas por todos). Os humanos já não se multiplicam como animais: multiplicam-se como um vírus, que mata pouco a pouco seu hospedeiro, a Terra.
Visto que a humanidade carece de consciência em relação à sua taxa média de natalidade, cabe aos governos imporem um controle compulsório. É uma medida antipática, mas é muito mais benéfica do que esperar o derradeiro desastre.
Ou estanca-se agora o crescimento de nossa população, ou uma superguerra, motivada pela escassez de recursos como água potável e terras férteis, encarregar-se-á de resolver o problema da superpopulação. E da pior forma possível.
É um sofrimento para uma mulher que foi estuprada carregar o filho do estuprador, e depois criá-lo. Concordo.
Mas percebo que os pró-aborto focam nas necessidades das mulheres, apenas. E onde ficam as necessidades das crianças?
Crianças, sim. Não importa se em fase intrauterina ou extrauterina. Um espermatozoide é uma célula (um gameta, com meio genótipo). Um óvulo, também. Porém, juntos, formam um ser vivo, uma pessoa, um ser humano.
Existem as mães que abortam porque engravidaram de um estupro.
Existem aquelas que abortam por pura CONVENIÊNCIA; sendo casadas ou solteiras, sabem que a maternidade naquele momento atrapalhará sua vida profissional e/ou pessoal.
Em nenhum caso, contudo, a "culpa" é da criança que foi gerada. É monstruoso matar uma criança por ser um incômodo para a mãe, ou para ambos os pais. Coloco ênfase na mãe porque, na maioria dos casos de aborto voluntário, a palavra final é dela.
Não é decente desconsiderar o sofrimento de alguém que engravidou sem desejar (por violência ou por irresponsabilidade). Mas é muito mais indecente negar o direito mais básico de qualquer pessoa (até de criminosos hediondos), que é a vida, a uma criança, a um feto, a um embrião, a um zigoto: enfim, a um ser que é como TODOS NÓS um dia fomos.
Além do mais, a legislação nacional, muito sabiamente, permite que uma mãe que não queira criar seu filho possa entregá-lo à adoção (art. 13, § 1º, do Estatuto da Criança e do Adolescente), o que certamente é uma opção muito melhor do que a morte. Veja aqui.
Para quem alegar que eu sou contra o aborto porque não sou mulher, digo isso: sou homem, e sou marido, sou pai, sou filho. Conheço a importância da paternidade e da maternidade responsáveis; conheço o valor da vida. Sei que fazer um filho é fácil. Gerá-lo, não. Educá-lo, também não. Ser mãe ou pai não é para qualquer um (penso até que deveria haver um curso de habilitação para isso). "Interromper a gravidez" (um eufemismo que significa matar um zigoto/embrião/feto com substâncias tóxicas ou despedaçando-o através de intervenção mecânica) muitas vezes é a opção mais fácil, que evita despesas, vergonha, inconvenientes familiares, etc. Mas as opções mais fáceis costumam ser as mais erradas. É difícil agir de maneira correta, mas é indispensável para quem quer se considerar honrado.
Penso que nenhuma mãe de defensor do aborto era pró-aborto, ou essa discussão teria acabado antes mesmo de começar.
É tempo de a humanidade parar com os discursos liberais ou neoliberais e começar a respeitar a vida. É tempo de se iniciar, também, um controle de natalidade ético, sem assassinatos de nascituros, com medidas PREVENTIVAS por parte de homens e mulheres (já tão conhecidas por todos). Os humanos já não se multiplicam como animais: multiplicam-se como um vírus, que mata pouco a pouco seu hospedeiro, a Terra.
Visto que a humanidade carece de consciência em relação à sua taxa média de natalidade, cabe aos governos imporem um controle compulsório. É uma medida antipática, mas é muito mais benéfica do que esperar o derradeiro desastre.
Ou estanca-se agora o crescimento de nossa população, ou uma superguerra, motivada pela escassez de recursos como água potável e terras férteis, encarregar-se-á de resolver o problema da superpopulação. E da pior forma possível.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
terça-feira, 31 de janeiro de 2017
quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
terça-feira, 17 de janeiro de 2017
segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
Um carro que se empurra, um chapéu esburacado,
No peito uma castanha que não arde.
Tem a chuva nos olhos e tem o ar cansado
O homem que apregoa ao fim da tarde.
Ao pé dum candeeiro acaba o dia,
Voz rouca com o travo da pobreza.
Apregoa pedaços de alegria,
E à noite vai dormir com a tristeza.
(...)
A mágoa que transporta a miséria ambulante
Passeia na cidade o dia inteiro.
É como se empurrasse o outono diante;
É como se empurrasse o nevoeiro.
Quem sabe a desventura do seu fado?
Quem olha para o homem das castanhas?
Nunca ninguém pensou que ali ao lado
Ardem no fogareiro dores tamanhas.
No peito uma castanha que não arde.
Tem a chuva nos olhos e tem o ar cansado
O homem que apregoa ao fim da tarde.
Ao pé dum candeeiro acaba o dia,
Voz rouca com o travo da pobreza.
Apregoa pedaços de alegria,
E à noite vai dormir com a tristeza.
(...)
A mágoa que transporta a miséria ambulante
Passeia na cidade o dia inteiro.
É como se empurrasse o outono diante;
É como se empurrasse o nevoeiro.
Quem sabe a desventura do seu fado?
Quem olha para o homem das castanhas?
Nunca ninguém pensou que ali ao lado
Ardem no fogareiro dores tamanhas.
quarta-feira, 12 de outubro de 2016
You got a one way ticket
On your last chance ride
Gotta one way ticket
To your suicide
Gotta one way ticket
An there's no way out alive
An all this crass communication
That has left you in the cold
Isn't much for consolation
When you feel so weak and old
But if home is where the heart is
Then there's stories to be told
No you don't need a doctor
No one else can heal your soul
On your last chance ride
Gotta one way ticket
To your suicide
Gotta one way ticket
An there's no way out alive
An all this crass communication
That has left you in the cold
Isn't much for consolation
When you feel so weak and old
But if home is where the heart is
Then there's stories to be told
No you don't need a doctor
No one else can heal your soul
sexta-feira, 24 de junho de 2016
Quem foi que disse que a vida começa aos quarenta?
A minha acabou faz tempo, agora entendo por quê.
Samir não é um homem velho, mas também já não é moço.
Ele pensa no futuro e tem dificuldade de vislumbrar seu destino.
Samir tem muitas coisas: família, amor, educação... Mas falta-lhe às vezes um algo a mais para que se sinta alguém.
Quem é Samir? O que sobrou de Samir?
A minha acabou faz tempo, agora entendo por quê.
Samir não é um homem velho, mas também já não é moço.
Ele pensa no futuro e tem dificuldade de vislumbrar seu destino.
Samir tem muitas coisas: família, amor, educação... Mas falta-lhe às vezes um algo a mais para que se sinta alguém.
Quem é Samir? O que sobrou de Samir?
segunda-feira, 25 de abril de 2016
Enquanto estiver vivo, sinta-se vivo.
Se sentir saudades do que fazia, volte a fazê-lo.
Não viva de fotografias amareladas...
Continue, quando todos esperam que desista.
Não deixe que enferruje o ferro que existe em você.
Faça com que em vez de pena, tenham respeito por você.
Quando não conseguir correr através dos anos, trote.
Quando não conseguir trotar, caminhe.
Quando não conseguir caminhar, use uma bengala.
Mas nunca se detenha.
(Madre Teresa de Calcutá)
Se sentir saudades do que fazia, volte a fazê-lo.
Não viva de fotografias amareladas...
Continue, quando todos esperam que desista.
Não deixe que enferruje o ferro que existe em você.
Faça com que em vez de pena, tenham respeito por você.
Quando não conseguir correr através dos anos, trote.
Quando não conseguir trotar, caminhe.
Quando não conseguir caminhar, use uma bengala.
Mas nunca se detenha.
(Madre Teresa de Calcutá)
quarta-feira, 16 de março de 2016
sexta-feira, 11 de março de 2016
sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
Eu até compreendo os salvadores profissionais,
Sua feira de ilusões;
Só que o bom barraqueiro
Que quer vender seu peixe em paz
Deixa o outro vender limões.
Um vende limões, o outro vende o peixe que quer.
O nome de Deus pode ser Oxalá,
Jeová, Tupã, Jesus, Maomé...
Maomé, Jesus, Tupã, Jeová, Oxalá
E tantos mais.
Sons diferentes, sim, para sonhos iguais.
Sua feira de ilusões;
Só que o bom barraqueiro
Que quer vender seu peixe em paz
Deixa o outro vender limões.
Um vende limões, o outro vende o peixe que quer.
O nome de Deus pode ser Oxalá,
Jeová, Tupã, Jesus, Maomé...
Maomé, Jesus, Tupã, Jeová, Oxalá
E tantos mais.
Sons diferentes, sim, para sonhos iguais.
sexta-feira, 6 de novembro de 2015
quarta-feira, 29 de abril de 2015
Pedro saiu no seu barco
Seis horas da tarde.
Passou toda a noite,
Não veio na hora do sol raiar.
Deram com o corpo de Pedro
Jogado na praia,
Roído de peixe,
Sem barco, sem nada,
Num canto bem longe lá do arraial.
Pobre Rosinha de Chica,
Que era bonita,
Agora parece
Que endoideceu:
Vive na beira da praia
Olhando pras ondas,
Andando,
Rondando,
Dizendo baixinho:
- Morreu, morreu...
Seis horas da tarde.
Passou toda a noite,
Não veio na hora do sol raiar.
Deram com o corpo de Pedro
Jogado na praia,
Roído de peixe,
Sem barco, sem nada,
Num canto bem longe lá do arraial.
Pobre Rosinha de Chica,
Que era bonita,
Agora parece
Que endoideceu:
Vive na beira da praia
Olhando pras ondas,
Andando,
Rondando,
Dizendo baixinho:
- Morreu, morreu...
terça-feira, 7 de abril de 2015
terça-feira, 31 de março de 2015
Neste dia 31 de março fiquei com vontade de citar as escrituras.
As civis, não as religiosas.
Peguemos um artigo da Constituição Federal do Brasil a esmo:
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
Defesa da Pátria, garantia da lei e da ordem.
Esta Pátria está vivendo um momento de lei e de ordem?
As civis, não as religiosas.
Peguemos um artigo da Constituição Federal do Brasil a esmo:
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
Defesa da Pátria, garantia da lei e da ordem.
Esta Pátria está vivendo um momento de lei e de ordem?
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